Voltando aos artigos menores, denominados artigos de opinião, realizados no mestrado; resolvi publicar mais um, escrito no final do ano de 2019. Twitter está longe de ser a queridinha dos jovens, não é tão popular, não possui uma interface propícia para fotos e vídeos, mas tem se mostrado forte quando o assunto é notícias (local e global), informações sobre todo e qualquer tema; e, claro, política. Twitter tem se revelado excelente arma política e diplomática no jogo do poder. Eis abaixo, minha pequena e resumida análise, que ainda penso em retornar de forma mais aprofundada.
----------------------------------------
O Twitter é uma rede social que pretendeu ser uma plataforma de mensagens curtas de texto, com poucas imagens, para disputar com o famoso Orkut. A adesão à rede foi rápida e, em pouco tempo, todos pareciam ter um perfil na plataforma, incluindo grandes portais de notícias, artistas, jornalistas, empresas e políticos. Não foram poucos os políticos que investiram e investem demasiado tempo e dinheiro na ferramenta, muito menos não são poucos os partidos que lá estão, divulgando suas ideologias, propostas e como lidam com as questões diárias da política brasileira.
É interessante pensar que, a proximidade com as pessoas, também permite que se crie, uma rede de apoio partidária, militante e interativa em torno de uma ideia ou proposta; e com a evolução da plataforma e a soma de diversos atores políticos, a rede conta com dedicação notável para divulgar dados, angariar votos, solicitar apoio em projetos, e, recentemente, propagar informações não checadas, as fake news, que afetam, principalmente, aqueles que são oposição.
Para o campo político, o Twitter foi recrutado há muitos anos, porém notado, com mais atenção, em 2008, na eleição de Barack Obama, nos Estados Unidos. Seu uso, contudo, foi intensificado e inegável durante as eleições estadunidenses de 2016, com a eleição de Donald Trump, que calcou sua campanha na própria rede social, angariando votos de insatisfeitos e jovens que viram em seus tweets sem filtro, um possível líder nacional, que expressava suas ideias sem medo da opinião dos demais. Ainda em 2016, o mesmo movimento de força da plataforma foi vista no Brasil, durante o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, onde a dicotomia de prós e contras, além de diversos atores do cenário político, estiveram emergidos nesse território.
Não à toa, o Twitter é uma das redes sociais mais investidas no campo político, sua rápida propagação de mensagens, ampliada com o uso de hashtags - palavras precedidas por # e que permitem impactos da mensagem em pessoas além do círculo de amizade; é uma das qualidades mais adoradas pelos atores políticos mais ativos. Contudo, essa rapidez também é o que apresenta perigo com as fake news, pois uma vez divulgada a notícia, a falta de controle no compartilhamento não permite limitar território geográfico ou quantidade de pessoas; e mesmo que a notícia seja apagada ou corrigida posteriormente, não é possível garantir que ela não tenha sido copiada, podendo ser ainda compartilhada; nem que chegue à todos atingidos pela mensagem anterior, já que não se pode determinar quem teve ou terá acesso à mensagem.
Hoje, é possível afirmar que é uma das ferramentas mais fortes em se tratando de política, devido principalmente pela militância virtual e pela facilidade na divulgação de mensagens falsas. Isso torna necessário e importante entender a dimensão do Twitter no cenário atual, assim como acompanhar sua evolução enquanto rede social e rede política, e seus possíveis caminhos no campo político.
![]() |
(imagem Techtudo) |
Comentários
Postar um comentário