Após as maravilhas do MS, chegamos em Brasília: nossa quarta parada dessa viagem. A verdade é que eu cheguei na cidade com altas expectativas após tudo o que vi e meio que me decepcionei. A cidade é totalmente planejada, só que para carros, quem faz as coisas à pé, como gostamos de fazer, se perde (bastante) e demora, já que tudo é longe, as travessias são distantes... enfim, é uma cidade plana, bem arquitetada, bem planejada, arrumada, porém tudo foi pensado para que as pessoas lá se locomovessem sobre rodas.
Brasília é grande, um campão, com altos prédios e bastante arquitetura moderna, Niemeyer fez um excelente trabalho. Os prédios, os palácios, a catedral tudo com bastante vidro e ângulos retos contrastam com uma calçada de barro (não acredito que ainda não tenha dado tempo de cimentar as calçadas. rs). A capital do país parece não ter evoluído tanto desde 1960.
Mesmo sendo projetada para carros, muitas partes da cidade não possuem tantos automóveis assim, como se ali quase ninguém fosse. Por outro lado, a rodoviária, bem no Eixo Monumental, possuía um turbilhão de gente, como se ali todos vivessem. A sensação que tive foi que Brasília representa, exatamente, o Brasil: contraditório, com suas "castas" bem separadas. Na rodoviária: o proletariado, aquele pra quem a cidade não foi projetada, mas à ela servem; na Praça dos 3 Poderes: os homens de poder, aqueles pra quem a cidade foi projetada e os serviam.
Confesso que ver a capital do Brasil sob a ótica de 2016, após um golpe "com o supremo e tudo", não favoreceu meu olhar. Eu poderia tê-la visto de forma diferente, dependendo do momento político que estivesse vivendo, afinal, Brasília representa a política nacional, é lá que estão concentrados os maiores poderes de nossa nação... Todos igualmente corruptos, corrompidos e sujos. Sim, minha ótica sobre a cidade foi totalmente afetada.
Mas citemos as partes agradáveis: a Torre de TV, onde podemos subir, nos dá uma visão ampla e do alto da cidade, de lá da pra ver até o Mané Garrincha, além do Memorial JK, que é bem bonito e possui uma estátua dele bem fiel; vale a visita. Bem próximo ao Memorial, temos o Palácio Buriti e o Museu Indígena, o que achei bem irônico já que é um povo que a própria Brasília, com seus poderosos, ajuda a massacrar; vale a pena vistar.
Do outro lado dessa Torre, temos o Jardim Burle Marx, que é lindíssimo; e seguindo pelo Eixo Monumental, chegamos na Esplanada dos Ministérios, após temos o Congresso, STF, Palácio do Planalto e a Praça dos 3 Poderes, assim chamada pois o Planalto, o STF e o Congresso possuem faces para a mesma praça. Fizemos visita guiada pelo Congresso e pelo STF, e devo confessar, que lá dentro é bem bonito, imponente... apenas deveria ser melhor frequentado. A arquitetura remete à tempos tão anteriores, mas ao mesmo tempo se mantém tão atual, é impressionante. Eu super indico fazer o passeio guiado, há toda uma explicação dos locais, que vale bastante saber. Eu também queria ter ido ao Palácio do Planalto, mas o bravo presidente atual acabou, por tempo indeterminado, com as visitas ao palácio; o que é uma pena, porque acho de grande valia o cidadão ver de perto como é uma das principais fontes de poder do país, onde acontece, inclusive, a troca de faixa presidencial.
Ficamos apenas 3 dias na cidade e como tudo era feito de carro (e não estávamos com um), não conseguimos ir muito além do "centrão" mesmo, mas o que vimos valeu a pena e deu uma sensação de precisar lutar pra melhorar o povo que habita naqueles lugares tão belos e bem feitos. Antes de sairmos da cidade, passamos no Palácio da Alvorada, que é um pouco distante da Praça dos 3 Poderes; queríamos ver o lugar onde o Presidente do país reside quando em exercício do cargo para o qual foi eleito, o que o atual não foi. E ainda deu para admirar a Ponte JK ao fundo, belíssima.
No último dia em Brasília ventava forte e chovia bastante, pensamos em desistir da próxima parada, que seria na Chapada dos Veadeiros, um lugar como a Chapada deve ser vista com dias sem chuva, ficamos com medo de lá estar chovendo e não podermos ir às cachoeiras. Porém, achamos que não tínhamos muito a perder, afinal, voltar pra casa antes também nos faria perder, principalmente, dinheiro. Sendo assim, arriscamos ir... alugamos o carro e fomos pra Chapada, que fica a uns 300 km de onde estávamos, o que levaria umas 3 horas de viagem. Assim decidido, lá fomos nós...
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