Ni Una a Menos - Independente da Nacionalidade

Em pleno 03 de Março de 2017 eu me deparo com o seguinte tweet abaixo:



É sério que um dos maiores "jornalistas" da maior emissora do país (infelizmente, é) tem a coragem e a audácia de falar isso de forma pública para seus mais de 100 mil seguidores? Uma pessoa com a visibilidade que ele tem, um formador de opinião dizer que não está nem aí pra uma violência contra mulher? O que ele faz com essa afirmação é criminoso, deslegitima toda uma luta ao separar por nacionalidade as mulheres com quem pode e não pode se importar. 

E isso é dito no tweet dele depois: "Uma brasileira é estuprada a cada 11 minutos e não reagimos nem nos escandalizamos. Mas nos preocupamos com a americana,há 70 anos. Colônia." Mais uma vez ele demonstra total desconhecimento da causa feminista e da nossa luta. Ao afirmar que não nos escandalizamos, ele mente descaradamente, tentando amenizar a ignorância dele em cima de outras pessoas. O que acontece aqui, que talvez o "jornalista" não saiba, é que nos escandalizamos por todos os casos de violência, seja no Brasil, seja nos EUA, seja na Índia, seja no Japão. Adotamos uma das maiores campanhas femininas atuais, "Ni Una a Menos" das irmãs argentinas; justamente, porque não somos segregadas por nacionalidade, etnia, idade... somos todas mulheres, todas potencias vítimas de discursos como os de Alexandre.

Se separar as mulheres em nacionalidades diminui a importância delas na luta, fico imaginando quando resolverem separar por cores: "Uma brasileira branca é estuprada a cada 2 horas, mas a galera só se importa com as brasileiras negras que são estupradas a cada 2 minutos." Sim, sabemos bem que a situação de risco é maior com as pessoas de pele negra, devido à diversos motivos que não cabem aqui, mas que sabemos bem... não somos burros. Imagina um homem pensar: "estuprar uma americana no Brasil tudo bem, ninguém vai se importar mesmo... se fosse brasileira aí sim todo mundo falaria." É esse tipo de segregação que o Alexandre está fazendo na nossa luta, tentando pesar importância de nacionalidade entre mulheres, quando na verdade somos todas uma só voz, estamos todas juntas numa mesma luta, sem distinção de país, idade, cor, etnia... somos "Ni Una a Menos".

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