Pequenas cidades... Grandes relíquias!

Óbidos... nome estranho para brasileiros, mas a cidade é maravilhosa. Chegamos lá à tarde, quase noite; cidade com ruelas estreitas, onde quase não dava pra andar de carro. A cidade foi construída dentro dos limites de um muro de proteção de um castelo, claro que hoje esse limite ultrapassou o muro, mas a cidade se concentra ainda no seu interior.

Bem tradicional e religioso, o povo de Óbidos também é bastante acolhedor, assim como a maioria dos portugueses que encontramos. Era uma sexta-feira da Paixão, Dia da morte de Cristo, e como não podia deixar de ser, tivemos o cortejo de enterro na cidade. Todo ano eles fazem esse ato para marcar a data e é admirável ver a devoção do povo, todos apagam as luzes e acendem velas nas soleiras de portas e janela, outros ainda estendem panos vermelhos em respeito. É lindo demais!

Infelizmente em Óbidos foi apenas uma noite, eu adoraria ficar mais tempo. Sua vista é incansável e é, certamente, um recanto aconchegante. Foi lá que provamos a famosa Ginga (Ginginha para os íntimos, rs), um delicioso licor da fruta ginga - famosa em Portugal - servido num copinho de chocolate; claro que o copinho era comestível. * - *

Após Óbidos, partimos para Évora.

Uma cidade de aspecto frio, com chuva então parecia pior. rs Mas quem conhece Évora sabe o quão encantadora ela pode ser, sabe o quão charmosa ela é. Mesmo com chuva, passeamos bastante por ela, provamos quitutes, vimos sua belíssima catedral em que podíamos subir no telhado, vimos as ruínas do templo de Diana, vimos suas ruas e sua arquitetura que contrastava com o frio que sentíamos.

Foi em Évora que vi a maior quantidade de ossos humanos em minha vida, suas igrejas possuíam porões visíveis com restos mortais de pessoas que já se foram E foi lá que conhecemos a Capela de Ossos, uma capela cujo em seu interior possui um grande cômodo inteiramente "decorado" de ossos humanos: suas pareces, tetos, torres, altar... tudo era feito com ossos. De arrepiar, mas também de encantar, uma vez que podemos ver que é possível fazer arte com outros elementos também.

Duas belas cidades, duas histórias, muitas fotos, muita lembrança boa, muita saudade.

Depois de Évora... rumo à Lisboa, era nosso viagem desenhando seu final.