A Retomada da América Latina

Os artigos de opinião escritos ainda em 2019 giram em torno de questões políticas e de comunicação. Por isso, escrevi o texto abaixo após uma pesquisa sobre a forma de comunicação da eleição presidencial ocorrida na Argentina tanto pela televisão quanto pelo Twitter. O objetivo era perceber se havia tido uma diferença quanto à velocidade da chegada das informações aos seus consumidores, a fim de poder visualizar o Twitter enquanto substituto das notícias importantes do cotidiano mundial. É um tema que precisa de maior análise e observação, mas nesse artigo, dentro desse episódios, foi possível notar que a televisão modernizou-se e acompanha, quase que em  tempo real, as novidades que acompanham os acontecimentos. O que você acha?

----------------------------------------

No dia 27 de outubro de 2019, o povo argentino foi às urnas para eleger o seu novo presidente, que deverá permanecer pelos próximos quatro anos no poder. A vontade de mudança, por parte do povo, devia-se aos últimos quatro anos, vividos sob uma economia mais liberal, crises econômica, política, social; e a possível mudança de poder poderia melhorar a situação e os índices do país.

Entendendo o cenário que o país se encontrava, era notória a necessidade de divulgar o que acontecia durante a campanha eleitoral e, claramente, o que ocorria no próprio dia 27. O jornalista Enric González (2019) escreveu ao El País, na véspera das eleições: “A sociedade argentina sofre uma divisão profunda. ... As duas Argentinas se olham com desconfiança mútua e sentem pânico com a possibilidade de que “os outros” ganhem.” Sendo assim, era preciso ser bastante cauteloso e fiel aos resultados, sobretudo diante da apreensão do povo argentino.

Para acompanhar o final dessa corrida presidencial, muitas pessoas, de diversas partes do mundo, principalmente os latino-americanos, resolveram estar atentos aos meios que podiam, de preferência aqueles com atualização em tempo real e com maior velocidade no transmitir das informações. Sendo assim, Twitter foi o principal meio online utilizado e, para quem pode acompanhar, a televisão foi o meio tradicional escolhido.

Ambos os meios, ressalvando suas características de linguagem, elencaram aspectos dos dois principais concorrentes, fizeram suas retrospectivas ao longo da campanha e criavam cada vez mais expectativas para quem acompanhava, analisando as últimas pesquisas. Mas, o mais interessante, foi observar como o meio digital, nesse caso o Twitter, que vem se consolidando como uma mídia de informações em tempo real, apresentava dados e informações ao mesmo tempo que a televisão, que possuía jornalistas in loco e fazia transmissões ao vivo, com tecnologias que permitiam melhor desenvoltura.

Sabendo que o resultado oficial seria divulgado às 21h (horário local), o Minutouno (2019), um dos primeiros perfis a publicar no Twitter, escreveu: “ALERTA | #ArgentinaVota: Primeros datos oficiales. Con este resultado no hay ballotage. Frente de Todos 47.21% Juntos por el Cambio 41.42%”, às 21h02; já o canal La Nation (2019), apresentou os mesmos dados às 21h01. Outro canal de televisão, a C5N, informou registrar “uma audiência histórica de 11,9”, (Youtube C5N, 2019); o que mostra que a televisão tem se especializado para atender a demanda de uma sociedade que exige saber o que acontece no tempo em que acontece, com atualização rápida para que tudo seja acompanhado quando necessário ou quando interessar. Isso, porém, ainda não tira do Twitter a vantagem de se consolidar como uma ferramenta de acompanhamento online e on time dos principais assuntos do mundo.

Mais interessante, no campo da comunicação, que a eleição presidencial, é poder acompanhar essa competição de canais que estimula uma evolução mútua, onde o consumidor é o maior beneficiado, pois ganha em conteúdo, dados, informações e possibilidades de assistir tecnologias cada vez mais preparadas para uma sociedade que exige cada vez mais, inclusive em qualidade.


(imagem: El País)



Comentários